Friday, September 08, 2006

30

You can only be young once. But you can always be immature.






Thursday, September 07, 2006

Drawing, without an eraser, for 30 years now…

Entrevistador: MacCoy, podemos fazer-lhes umas perguntas relacionadas com os 30 anos que completará amanhã?
PAM! PAM! MacCoy matou o entrevistador porque disse “30 anos”.

Entrevistador2 (E2): hã… hmmm… desculpe Sr MacCoy… hhhaaa… vossa excelência… como é que eu hei-de dizer… Podemos fazer-lhe algumas perguntas sobre a riqueza da vida vivida até à data que agora se aproxima?
MacCoy (M): Que seja rápido.
E(2): Melhor filme até agora?
M: São tantos… Posso eleger vários que me foram marcando até agora.. Pulp Fiction, The Champ, Papillion, Voando sobre um ninho de cucos, Requiem for a Dream…
E(2): Melhor música?
M: Bad Religion – Only Entertainment
E(2): Melhor comida?
M: Picanhaaaaaaaaaaaaaa!!! Com muito milhiNHO!!!
E(2): Melhor experiência?
M: Você é estúpido? Acha possível isolar UMA experiência em todos estes anos??
PAM! PAM! MacCoy matou o entrevistador pela sua estupidez.

E(3): Que atrasado mental este meu colega. A pergunta que lhe queremos fazer é se consegue olhar para trás e isolar esta ou aquela experiência (e podem ser várias experiências Sr MacCoy, não me mate já por favor) que o tenham marcado…
M: Poderia ficar aqui até amanhã… É com um brilhozinho nos olhos que olho para trás e contemplo com alegria as inúmeras imagens que em segundos me vêm à cabeça a uma velocidade vertiginosa... Ora vejamos… vou descrevendo as várias que maior notoriedade espontânea conseguem ter na cabeça de MacCoy neste momento… ficarão decerto a faltar milhares de outras…

Até aos 10 anos lembro-me com saudade de conduzir ao colo do meu pai enquanto tentávamos apanhar poças de água deixadas na estrada pela chuva. Lembro-me do 1º dia de aulas na 2ª classe, em que com tristeza não queria entrar na sala por não pertencer à turma o melhor amigo, que tinha feito no ano anterior – que já nem sei o nome (assim é a vida…). Recordo-me sorridente do “mata”, do “guelas”, do pião, do iô-iô e das raparigas a jogar ao elástico.
Lembro-me das tardes passadas nos jardins da Wagon-Lits a jogar futebol com o meu pai… Lembro-me de estar envergonhado diante do meu avô a aguardar a reprimenda por ter partido o vidro da janela de um seu vizinho com uma laranja. Lembro-me dos presentes de anos deste avô: um envelope (daqueles internacionais, com rebordo azul e encarnado) com dinheiro (100 escudos, a nota do Bocage) e umas quadras como já não se fazem escritas à mão. Lembro-me da minha avó me trazer chocolate Jubileu à cama. Tenho muitas muitas saudades do ritual de ir ter à cama dos pais nas manhãs do fim de semana… Lembro-me dos meus pais a dançar na sala.. lembro-me do meu pai a vibrar com Otis Reding…
Lembro-me de ter medo da Miss Piggy… Recordo-me de tentar arranjar maneira de ver o “monstro da lagoa azul”, filme proibido pelos pais. Lembro-me do Super-homem. Lembro-me da empregada Alda e o seu filho Chibanga que assaltava todos os miúdos menos MacCoy… Lembro-me do “Grená” com quem até a irmã de MacCoy gozava…
São às centenas as recordações das brincadeiras com os primos, na praia, no campo, nas árvores, nos telhados, na feira popular, nas gincanas das festas de anos, etc, etc… Bons tempos, os de Criança!

Dos 10 aos 20 anos orgulhei-me de ter dado origem a uma nova técnica de reprimenda no liceu – ter o nome a ser divulgado em todas as aulas a determinada hora, avisando que o aluno tinha sido alvo de castigo. Recordo-me saudoso os inúmeros, agora mágicos mas na altura irritantes, “Load aspas aspas enter play” do Spectrum 48k e mais tarde 128k…Lembro-me da bola de futebol de plástico do ciclo, que flutuava no ar quando chutada e por isso raramente servia o seu propósito, jogada atrás da baliza pois não tínhamos ainda idade para privar com os graúdos nos intervalos… Ou do relógio anti-choque que sofria duros testes para provar a sua resistência… Vem-me à memória o “Girassol” que tanto sofria no liceu mas que dizia que MacCoy até era um gajo porreiro.
Enternece-me o coração, de forma avassaladora, o recordar o meu irmão, herói herói herói, com as bochechas maiores que a cara, algaliado e a tentar jogar futebol nos jardins do hospital de santa maria.. ou as corridas de cadeiras de rodas nos corredores e o ofuscante brilho nos olhos e contagiante risada que lhe trazia a velocidade do empurrão… A coisa mais querida do mundo. A coisa mais querida do mundo!!! ORI ORI!!!!!!!!!!!! (e claro, este neologismo que ainda hoje acompanha a família de MacCoy)… Lembro-me dos vários abraços e mimos da minha mãe e da resposta pronta “aaai mãaaae!!”… Lembro-me das várias palhaçadas em casa…
E tantas mais recordações desta década voam à velocidade do som na mente de MacCoy… O herman, o macgyver, o bruce willis, o a-team, o onde é que pára a polícia, o regresso ao futuro… O bodyboard, o skate, a bmx orbita, o walkman sony amarelo… os ténis redley e all-star, as camisolas amarras, os recados recebidos nas aulas no ciclo, as situações de verdadeiro diabinho no liceu – o terror mas também o encanto dos professores-, os verões em Porto Covo e Cabo Verde… Hhhhhhmmmmmmmm…..

Depois vem a 3ª década, carregada de emoções e recordações de tempos em que nos tornamos mais independentes e começamos com paixão a escrever a nossa própria história…
Acompanhar-me-á para sempre, está claro, o tempo da universidade e um infinito número de episódios cómicos, aventuras e desventuras… o “teenager sanguessuga”, o conseguir acabar muito poucas aulas de matemática sem ser expulso no ano zero, o tiro na cantina e na aula do professor Cabrinha, a professora de História de Ideias Políticas igual à Olívia Palito, a Dona Laura (!!!), o desviar de algumas “balas amorosas”, o dar baile no mirc, as centenas de alcunhas que se iam colocando a este e aquele, as longas horas de estudo e paródia na biblioteca, o nunca ter feito Doutrina Social da Igreja e conseguir ser posto fora da sala por um padre (perguntando se aquele acto me iria colocar no inferno), as noites do D&D … o emblemático “caguei, faço para o ano”, que me acompanhou em tantas cadeiras, ou o decidir fazer o derradeiro exame pela sentença ditada por uma moeda… a minha mota, a “escáfia”, que tanto passou, chegando a levar 3 pessoas e a cometer a proeza de entrar para dentro de uma loja de antiguidades… o último episódio do Seinfeld… o Matrix nos cinemas São Jorge.. etc, etc…
Batem forte as saudades que trazem as recordações do “Manel Alfredo e sua banda” – the best days of our lives… as festas em casa do agora afilhado… os estudos (de Sega) em casa do mesmo… Lembro-me de acordar com os 2 melhores amigos de MacCoy uma partida de dominó no jardim da estrela, quando tivéssemos todos 70 anos… Saudades……
Lembro-me da minha mãe na sala a choramingar no dia da minha graduação, enquanto me escrevia umas quadras (e que jeitaço!!). Lembro-me dos cubos de marmelada que a mãe trazia ao quarto, quando estava enfiado a estudar. Continuam as recordações das várias palhaçadas em casa…
Estão cá dentro gravadas as aventuras aliadas ao descobrimento dos encantos de Espanha e os verões de Puerto Santa Maria…O DEAZAS, o NHO, o Galeão, MacCoy, Yoccam, Cardel, Gandalf, LoveSub, NHOBird e MacSteak… Marcam decerto uma década as histórias que estes personagens foram criando… Never grow up my friends!! Never grow up!
Tenho também recordações do “ganhar trocos para o Verão e para os presentes de Natal”, com inúmeros trabalhos desde selar envelopes, a embrulhar presentes, a arrumar carros em casamentos, chegando mesmo a estar parado feito parvo na 2ª circular com uma t-shirt dois tamanhos acima e uma seta gigante a indicar caminhos... E foi também nesta década que MacCoy entra para o mercado do “trabalho à séria”, com horários e responsabilidades, empregando desde início uma energia e vontade invejáveis que inevitavelmente se vão esvanecendo (ou pelo menos se tornam diferentes) com a idade e com os vícios inerentes ao “entrar no sistema”…
Que saudades das viagens à neve e os concursos de ball-flame (nunca ninguém se equiparou a MacCoy) e a 1ª bebedeira “à séria” de um amigo de MacCoy… Que vontade de voltar atrás e repetir o Inter-Rail, não mudando nem uma das situações passadas com 3 grandes amigos que, agora sei, serão para toda a vida - esta é uma das vantagens de se chegar a esta idade: saber quais os amigos de ontem que serão os de amanhã…
O porquinho a pedir-me a mão deitado na cama depois do transplante, fraquejando um pouco (coisa rara)… O porquinho, que formou uma banda e fazia (faz) pular MacCoy de orgulho e contentamento…O porquinho isto, o porquinho aquilo…
…………………

Enfim, são tantas memórias, tantas histórias, tantas experiências… Quando penso numa vem-me imediatamente outra à cabeça…
PAM! PAM!
MacCoy já não matava um entrevistador há muito tempo e decidiu finalizar a resposta a esta pergunta desta forma.

Entrevistador4: MacCoy, algum ressentimento?
MacCoy: devia ter amado mais, ter chorado mais, ter visto o pôr-do-sol…
E4: Mas MacCoy, isso não é de uma música do último álbum do Tim?
M: já não tenho mais balas. Por favor atire-se da janela. Não gostei da sua petulância.
E4: Concerteza Sr MacCoy. Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!

Entrevistador 5: MacCoy, última pergunta. Uma palavra para o futuro?
MacCoy: Palavra não. Palavras: Explorar. Descobrir. Criar. Sonhar. Partilhar. Sentir. Viver! Parafraseando Florbela Espanca: “Quero beber a Vida, a Vida, a longos tragos!”

Wednesday, September 06, 2006

30

Chegaram os trinta de MacCoy
Mais um… menos um também
Não se pode dizer que dói
Não se podem tratar com desdém

É a idade da maturação
Chega ao fim a criancice
Mas cá dentro no coração
Arde o fogo da meninice

É o número da responsabilidade
Parece até número mais lento
Mas MacCoy na verdade
Não mudará comportamento

Guardo comigo com carinho
Histórias ricas de menininho
Três dezenas de anos na mão
Uma eternidade no coração

Quero com vontade continuar
Com o que aprendi até agora
Há tanto na vida para abraçar
Quero fazê-lo sem demora

Ter ideias e sentir
Dar, criar e sorrir
Estar atento ao que vai vir
Falta muito para partir